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JANET MOCK - Escritora e Ativista Transgênera

Atualizado: 7 de fev.


Janet Mock, Escritora e Ativista Transgênera
Janet Mock, Escritora e Ativista Transgênera

Quando criança, eu era meio que uma sonhadora.


Eu escrevia coisas, tipo, "quando eu tiver cabelos compridos" ou então sobre ficar deitada na grama conversando com um rapaz, fazendo coisas que minhas colegas achavam, eu imagino, super normal. Então eu sempre dizia que ia ser uma escritora em Nova York, como mulher, contando muitas histórias.


Quando eu nascí, me deram o nome do meu pai, ele se chamava Charles. Eu fui o primeiro filho e então recebi seu nome. Eu desconfio que isso o frustrava um tanto, né, porque ele queria que seu filho fosse um durão.”


Eu não me lembro de nenhum período da minha vida no qual eu não soubesse que eu era uma menina. Eu queria sempre ficar na cozinha com minhas tias e minha avó, ouvindo-as falar sobre o mundo, e conversando sobre coisas de mulher, sabe, ou então fofocando sobre outras mulheres.


Eu nunca tinha ouvido termos como transgênero, ou transexual, eu nem sabia o que era ser trans.


A escritora e ativista transgênera lembra que quando estava na 7ª série, cheguou pra mãe e disse: "Mãe, eu sou gay?"


Janet Mock, Escritora
Gênero é quem você é, Sexualidade é quem você deseja


Como qualquer outra pessoa, eu também confundia gênero com sexualidade. Mas eu logo me dei conta que não, eu sempre fui destinada a ser menina mas, por algum equívoco, tinha o equipamento errado.


Quando começou a puberdade, eu fui meio lenta. Eu via, assim, um gogó querendo crescer, ou então, sabe, aquela leve penugem no rosto. O reflexo que me encarava no espelho não tinha nada a ver com a pessoa que eu me imaginava ser.


Janet Mock
Janet Mock: o apoio da família faz a diferença

Eu tive muita sorte, assim, abençoada pelo fato de que eu tinha apoio em casa e pude começar o processo cedo só com a ajuda do meu endocrinologista. Com 18 anos, eu já tinha transicionado .


Pessoas trans, o "T" de LGBT.


Eu acho que há um sentimento, inerente da gente, de que queremos, assim, nos encaixar na sociedade depois da transição. Eu só queria viver uma vida normal. Simplesmente viver, simplesmente uma garota a mais na multidão.


Mas eu acho que depois de um tempo, eu meio que me senti como se estivesse escondendo algo. Eu fui tão abençoada na minha vida. Eu tive pais que me amam e uma família que me ama, tive grandes professores que acreditaram em mim.


E eu não acredito que tive todas essas coisas jogadas no meu colo para viver calada. Eu superei todas essas coisas para poder recomeçar, e poder dizer às crianças, "você é linda, e não há nada de estranho, de anormal com você só porque você é gay ou lésbica, ou transgênero, ou genderqueer. Seja lá como você queira se expressar, não há nada de errado com você."


Janet Mock, Escritora e Ativista Transgênera
Janet Mock - Seu exemplo como inspiração

Nós tivemos muitas, mas muitas vitórias e comemorações para nossos irmãos gays e nossas irmãs lésbicas, mas a gente não pode Ignorar o fato de que as pessoas transgêneras são vítimas nesta luta.


O governo federal não nos protege da discriminação quando tentamos nos candidatar a um emprego, ou quando tentamos manter nossos empregos.


Eu vejo hoje crianças que estão transicionando, e elas vão crescer sendo capazes de dizer, "eu sou trans". Do mesmo modo que nossos amigos gays e lésbicas dizem, "eu sou gay" ou "eu sou lésbica, sim".


Eu conheci uma garota de 14 anos que me disse que ela, um dia, queria ser escritora que nem eu. Ela não disse "eu quero ser tão bonita quanto você".


Eu sabia que ela era transgênero, mas não era sobe isso que ela se conectava comigo. Ela se conectava com a escrita. A garota tinha um senso fortíssimo de si mesma. "Eu quero ser uma escritora que nem você, um dia".


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