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Larry Krammer - Dramaturgo Arrojado e Incansável Ativista

Atualizado: 14 de dez. de 2023

(NO QUE SERIA SEU 88º ANIVERSÁRIO,

TRANSCRIÇÃO DE SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DOCUMENTÁRIO DA HBO, THE OUT LIST)

Poster do ACT-UP - Tome Ação
ACT-UP: Tome Ação

Tudo mudou em julho de 1981 com o anúncio do que viria a ser chamado AIDS diz Larry Krammer, um dramaturgo arrojado e um incansável ativista.


Eu ajudei a fundar duas grandes organizações, Gay Men Health Crisis e ACT-UP.


Por um lado, muitos dos nossos amigos estavam morrendo e, por outro, pensávamos que tínhamos um pequeno exército de pessoas que estavam trabalhando arduamente para salvar o resto de nós.

man sitting in front of bookshelves
Larry Krammer

Foi nessa época que percebi que, primeiro, estou realmente orgulhoso de ser um homem gay, e segundo, que maravilhosos nós, os gays, somos. Eu realmente acredito nisto.


Com a AIDS, me dei conta que o Times não escrevia sobre nós, ninguém escrevia sobre nós. O prefeito não atendia ligações. Era horrível.


As pessoas vinham correndo e me perguntavam: “Você já ouviu alguma coisa? Tem alguma coisa acontecendo? Sabe, acho que não vou durar muito mais, não”.


E por vários anos não houve nada, e você tinha que, de alguma forma, dizer pra pessoa: “Espera. Aguenta aí, se abracem e atuem por conta própria.


Começávamos cada reunião anunciando quem havia morrido desde a última reunião.


E cara, se isso não desse razão para você continuar, não sei o quê daria


A primeira reunião teve 200 pessoas, a próxima reunião teve 300.


Tivemos uma manifestação na semana seguinte em Wall Street, vários milhares de pessoas apareceram, e assim nascemos.


Fomos ficando mais radicais e decidimos fazer um protesto na Catedral Saint Patrick's, em Nova York.


Nós fomos treinados em desobediência civil e coreografamos cuidadosamente o que iríamos fazer.


Como todo bom ator, esses garotos e garotas se envolveram completamente em seus papéis.


Ficaram de frente para o altar e gritavam em sua direção: “Pare de nos matar”. O Cardeal Connor estava tendo ataques.


Nós mesmos fomos crucificados no dia seguinte e, em todas as grandes redes de TV, todos os grandes jornais diziam as coisas mais horrorosas sobre o ACT-UP.


E como destruíamos o direito das pessoas à adoração e como ás fazíamos ficarem com medo.


"Que que a gente vai fazer? Eles nos odeiam?" E eu disse: Não, eles não nos odeiam. Eles têm medo da gente. Esta foi a melhor coisa que já fizemos.


Já não somos só aquelas fadas com pulsos moles, somos caras de jeans, Levi's e botas.


Estamos aqui, temos voz e vamos lutar contra tudo.


Foi isso que aquela ação na St Patrick's nos proporcionou.


Todos os tratamentos que existem contra o HIV existe por nossa causa.


Não foi pelo governo, nem através de qualquer política, nem por dinheiro, nem empresa farmacêutica.

homem de óculos sorrindo
Larry Krammer: co-fundador do ACT-UP

Nós forçamos isso tudo a existir com nossa raiva, com nosso medo.


E é isso que a raiva pode te trazer.. Você não vai conseguir mais com mel do que com vinagre.


A raiva é uma emoção maravilhosa. Muito criativa se você souber como usar.


Eu realmente senti que, por alguma razão, eu fui poupado para contar essa história.


Todo mundo que conheço está morto. Todos os meus amigos. Não devia dizer todos, mas quase todos, e eu continuo aqui.


OK. Obrigado, Deus, eu não acredito em você, mas obrigado mesmo assim. É isso o que eu vou fazer como retribuição.

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